Vamos falar sobre felicidade?
Já pensou que falar sobre felicidade exige, invariavelmente, que encaremos a tristeza? Uma não existe sem a outra. No entanto, perseguimos o tempo todo apenas a que nos faz sentir bem.
Já pensou que falar de felicidade exige que encaremos a tristeza? Pois é, focamos no pote de ouro no final do arco-íris, mas esquecemos que o caminho pode ser cheio de pedras e barrancos.
Buscar o bem-estar físico e emocional é justo e humano. Assim como também é humano vivenciar sentimentos ruins, seja por um motivo real ou por incômodos pessoais.
Mas, se você, quando se sente mal, sai em busca de momentos de prazer e formas de mandar a tristeza embora o mais rápido possível, saiba que é assim com quase todo mundo.
A distração como fuga
A gente aprendeu a varrer a tristeza para debaixo do tapete, ainda mais em tempos de recompensas baratas, rápidas e prazerosas, em que podemos pular entre uma rede social e outra, entre uma série de comédia e um filme de ação.
A verdade é que é muito difícil maratonar nossas próprias emoções.
A tristeza tem algo a nos dizer.
O que a psicologia positiva nos ensina
Estudiosos da psicologia positiva entenderam que escutar os sentimentos é a melhor forma de enfrentá-los.
Um dos principais nomes nessa área é o professor Tal Ben-Shahar, da Universidade de Harvard.
Ele defende que a felicidade não é a ausência de sofrimento, mas a capacidade de encontrar sentido mesmo em meio às dificuldades. Em seus livros, como Being Happy e The Pursuit of Perfect, o professor nos lembra da importância de aceitar nossas imperfeições e acolher nossos sentimentos com gentileza.
Ele sugere práticas simples, como:
- Escrever sobre o que sentimos
- Praticar gratidão mesmo nos dias ruins
- Cultivar vínculos afetivos
- Reduzir a autocrítica
- Criar momentos de pausa e presença
São gestos pequenos, mas que criam um espaço interno mais estável, mais sincero.
A importância dos vínculos
Um estudo de mais de 80 anos da Universidade de Harvard, chamado Study of Adult Development, acompanhou centenas de pessoas por toda a vida e chegou a uma conclusão surpreendentemente simples: a verdadeira felicidade não está no dinheiro, nem na fama, nem no sucesso profissional, mas sim na qualidade das nossas relações, no quanto somos capazes de confiar, nos abrir, oferecer apoio e também receber, construir laços significativos e duradouros, cuidar de quem amamos e ser cuidados em troca, saber que temos com quem contar quando a vida aperta. Tudo isso importa muito mais do que qualquer conquista material. No fim das contas, são os vínculos que sustentam nosso bem-estar emocional e até nossa saúde física.
Pedir ajuda é parte da resposta
Nenhum ser humano é uma ilha. Essa frase é tão assertiva quanto antiga. Isolar-se na dor pode ser uma das piores decisões. É preciso reconhecer o momento de pedir ajuda, seja para alguém próximo, um parente, um amigo ou um profissional de saúde. Atravessar momentos difíceis em solidão não é uma boa ideia.
Lembra do estudo de Harvard sobre a felicidade? Pois é. Precisamos nos apoiar uns nos outros, pois estamos no mesmo barco.